Vandovsky
Um resto de tudo
Cerejas em festa...
A festa da cereja, aconteceu, na sua 8º edição, uma vez mais em Alcongosta; pequena aldeia situada em plena Serra da Gardunha, limitada pelas freguesias de Fundão, Donas, Alpedrinha, Castelo Novo, Souto da Casa e Aldeia de Joanes e envolvida pelos imensos cerejais e as vistosas manchas de castanheiros e pinheiros de vários tipos, que lhe oferecem um conjunto ímpar de cores.
A animação de rua foi assegurada por diversos grupos de bombos. A música, no âmbito da cultura popular, ocupa um lugar importante. Sem dúvida, revela-se, de uma forma singular, guardiã da herança do passado e faz reviver a tradição associada às actividades agrícolas e aos festejos colectivos de outros tempos.
Em cada uma das 90 tasquinhas espalhadas pelas ruas da aldeia, podíamos eencontrar mil e uma iguarias únicas.
Das cerejas eu lembro que eram doces...
A Cereja da Cova da Beira é uma das espécies fruteiras de maior peso na economia agrícola regional. É o ex-libris da Cova da Beira, sendo-lhe já atribuída a designação de “ouro vemelho”. A plantação de cerejeiras começou nos finais do séc. XIX, mas o seu desenvolvimento económico deu-se apenas a partir de 1950.
Criado há três anos, o pastel de nata de cereja é agora promovido dentro e fora do país. Esta nova aposta do Fundão junta assim a cereja da região a um dos doces mais típicos de Portugal, o pastel de nata.
Pois é, pelos vistos... Nem a ovelhas lhes resistem...
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Santa Luzia - Castelejo
A uns escassos 10 Km do Fundão, no sopé da serra da Gardunha, situa-se a aldeia do Castelejo, e muito perto desta povoação, numa colina sobranceira, encontramos o Santuário de Santa Luzia, onde anualmente se realiza:
“A Maior Romaria da Cova da Beira”
A festa de Santa Luzia coincide com feriado municipal do Fundão, a 15 de Setembro. Em tempos, não muito longínquos, todos os caminhos iam dar a Santa Luzia e em dia de romaria, não se rompia no Santuário. Muitos pernoitavam pelo caminho, ou mesmo nas imediações do Santuário. Nesta altura as populações da região já estavam a terminar as sua colheitas tendo assim mais disponibilidade para irem pagar as suas promessas.
Era também uma ocasião de importantes trocas, dar vazão aos produtos agrícolas que produziam e um momento de convívio em que renovavam conversas, actualizavam notícias e realizavam um piquenique comum, onde repartiam as merendas que levavam. Hábito que ainda hoje se matém devido à enorme riqueza da gastronomia da região.
As celebrações tanto religiosas como profanas têm início no dia 14 de Setembro. No fim da tarde, realiza-se uma procissão com velas desde a igreja paroquial do Castelejo até à capela, transportando o andor do Senhor dos Milagres. Ao mesmo tempo, desce do santuário uma outra procissão encabeçada pelo andor de Santa Luzia. Os dois cortejos encontram-se, a meio da rampa, e as duas imagens "cumprimentam-se", seguindo juntas para a capela. Este ritual é cumprido à regra por todos os romeiros. No dia 15 de Setembro realiza-se uma missa campal. Estas festividades têm uma componente profana que se apresenta na forma de arraiais com bandas de música e com os famosos Bombos do Castelejo e de Lavacolhos e o Rancho Romeiros de Santa Luzia Castelejo.
Este Santuário não é apenas dedicado a Santa Luzia, existem mais santos dos quais os fiéis procuram também os seus bons ofícios.
Tal como o nome indica, Santa Luzia é a Santa da Luz e por isso foi adoptada pelo povo como santa protectora das doenças dos olhos. O dia que lhe é dedicado é o dia 13 de Dezembro, dia em que na Antiguidade, se iniciavam os festejos em honra do sol que, a partir do solstício de Inverno passaria a iluminar a terra mais tempo, até decair, a partir do solstício de Verão, em Junho.
Senhora Santa Luzia
Vizinha do Castelejo
Dai-me vista aos meus olhos
Sou ceguinha não vos vejo.
Senhora Santa Luzia
Minha Mãe minha Madrinha
Dai-me da vossa riqueza
Que eu sou muito pobrezinha
Senhora Santa Luzia
A vossa capela cheira
Cheira a cravos, cheira a rosas
Cheira a flor de laranjeira.
Senhora Santa Luzia
À vossa porta cheguei
Tantos anjos me acompanhem
Como de passadas dei.
Senhora Santa Luzia
Quem vos varreu a capela
As moças do Castelejo
Com raminhos de marcela.
Senhora Santa Luzia
Vinde abaixo dai-me a mão
A ladeira é comprida
Não me ajuda o coração.
Senhora Santa Luzia
Que dais a quem vos vai ver
Dou-lhe água da minha fonte
Se a quiserem beber.
Senhora Santa Luzia
As costas vos vou virando
Minha boca se vai rindo
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Um dia na Cova da Beira
Das cerejas
eu lembro que eram doces.
Eram rubis de brinco
nas orelhas
e serviam de troca
boca a boca
no entretém guloso
dos namoros.
A voz é branca
é alvo o dia
e por todo o lado
o grito claro
das cerejeiras
entrega ao vento
a mais limpa melodia...
(Fundão)
A feira do queijo - Soalheira...
Situada na vertente Sul da serra da Gardunha, a região da Soalheira apresenta lugares de boas pastagens o que favorece a existência de inúmeros rebanhos.
Em terras de rebanhos, o queijo é rei.
O queijo da Soalheira é único pelas magníficas pastagens que lhe dão o sabor e pelo saber secular de quem lhe dá forma.
A Associação de Queijeiros da Soalheira nasceu para potenciar a qualidade do queijo com todas as suas características, tornando-o mais nobre.