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Palavras de mãe

Domingo, 04.05.14

 

Neste dia especial, deixo aqui uma pequena homenagem à minha mãe, tornando pública uma carta que dela recebi, tão simples, mas que tão profundamente exprime o amor de uma mãe.

 

Carta mãe 2.jpg

 

  

Quando eu nasci,

ficou tudo como estava. 

Nem homens cortaram veias,

nem o Sol escureceu,

nem houve estrelas a mais...

Somente,

esquecida das dores,

a minha Mãe sorriu e agradeceu. 

Quando eu nasci,

não houve nada de novo

senão eu. 

As nuvens não se espantaram,

não enlouqueceu ninguém... 

Pra que o dia fosse enorme,

bastava

toda a ternura que olhava

nos olhos de minha Mãe...  

Sebastião da Gama,

in 'Antologia Poética'

 

 

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publicado por VANDOVSKY às 08:43

Palavras para a Minha Mãe

Domingo, 05.05.13

 

 Adorei, meu filho

 

 

Mãe, tenho pena, esperei sempre que entendesses

as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.

sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.

 

Pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste

tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te

desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.

 

Às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo,

a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia

mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.

 

Lê isto: mãe, amo-te.

 

Eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não

escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que

não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não

as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.

 


José Luís Peixoto,

in "A Casa, a Escuridão"

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publicado por VANDOVSKY às 11:23

Tuas mãos, Mãe...

Domingo, 02.05.10

(Oferta do meu filhote)

 

Tuas mãos, Mãe...

São duas flores a viverem

Do sopro dos meus beijos,

Dois pedacinhos de lua

Reflectindo

A ternura e o amor com que eu as vejo.


João F. Saul Viegas

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publicado por VANDOVSKY às 19:15

Mãe

Domingo, 02.05.10

Almada Negreiros, José de

"Maternidade", 1935

Óleo/Tela

 

 

 

Mãe!

 

 

Vem ouvir a minha cabeça contar histórias ricas que ainda não viajei! Traz tinta encarnada para escrever estas coisas! Tinta cor de sangue, sangue verdadeiro, encarnado!

Mãe! Passa a tua mão pela minha cabeça!

Eu ainda não fiz viagens e a minha cabeça não se lembra senão de viagens! Eu vou viajar. Tenho sede! Eu prometo saber viajar.

 

 

Quando voltar é para subir os degraus da tua casa, um por um. Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa. Depois venho sentar-me ao teu lado. Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que eu viajei, tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as mesmas palavras.

 

 

Mãe! ata as tuas mãos às minhas e dá um nó cego muito apertado! Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa. Como a mesa. Eu também quero ter um feitio que sirva exactamente para a nossa casa, como a mesa.

 

 

Mãe! passa a tua mão pela minha cabeça!

Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade!

 

Poema de Almada Negreiros (1893-1970)


 


 

 

 


 

Mãe!

Que verdade linda,

o nascer encerra,

Eu nasci de ti,

Como a flor da terra!

 

Matilde Rosa Araújo

 

 

 

 

 

Pablo Picasso

"Femme et enfant", 1922

 

 

 

 

 

Mãe... São três letras apenas

As desse nome bendito:

Também o Céu tem três letras...

E nelas cabe o infinito.

Para louvar nossa mãe,

Todo o bem que se disse

Nunca há de ser tão grande

Como o bem que ela nos quer...

Palavra tão pequenina,

Bem sabem os lábios meus

Que és do tamanho do Céu

E apenas menor que Deus!

Mário Quintana

Pablo Picasso

"Maternité", (1881-1973)


 

 


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publicado por VANDOVSKY às 08:00

Dia da Mãe

Domingo, 03.05.09

 

Com três letrinhas apenas
Se escreve a palavra mãe
E quantas, quantas centenas
Dizendo que a não têm
Este dia é tão bonito
Todos lembram sua mãe
É feliz quem a venera
É bem feliz quem a tem
Mãe Santíssima ajudai-nos
Dai-nos cada vez mais fé
Todas as mulheres e mães
Como tu em Nazaré
O mês de Maio é tão lindo
As cores, as flores que tem
E lançam o seu perfume
Nos lábios da nossa Mãe
Vandovsky
Lábios doces, carinhosos
Que nos beijam com amor
Braços fortes, corajosos
Coração com mais calor
Mãe tu és o que se vê
Amor, luz, minha vida
O teu colo meu refúgio
Teus braços minha guarida
Rosária Janeira
(Memórias do Castelejo)

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publicado por VANDOVSKY às 22:21





      

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