Vandovsky
Um resto de tudo
Menino
No colo da mãe
a criança vai e vem
vem e vai
balança.
Nos olhos do pai
nos olhos da mãe
vem e vai
vai e vem
a esperança.
Ao sonhado
futuro
sorri a mãe
sorri o pai.
Maravilhado
o rosto puro
da criança
vai e vem
vem e vai
balança.
De seio a seio
a criança
em seu vogar
ao meio
do colo-berço
balança.
Balança
como o rimar
de um verso
de esperança.
Depois quando
com o tempo
a criança
vem crescendo
vai a esperança
minguando.
E ao acabar-se de vez
fica a exacta medida
da vida
de um português.
Criança
portuguesa
da esperança
na vida
faz certeza
conseguida.
Só nossa vontade
alcança
da esperança
humana realidade.
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UPI na Escola
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Vamos adivinhar II
É uma senhora muito esbelta
que com finos fios se aperta,
quem tiver que a desapertar
muitas lágrimas há-de chorar.
O que é?
Tem coroa e não é rei,
tem escamas sem peixe ser.
Além de servir para doce,
é fruta, podes comer.
O que é?
Pelo muito bem que faço
não posso ser dispensada.
Se persisto aborreço.
Se falto, sou desejada.
O que é?
Já que tens entendimento
e és amigo do saber:
uma pedra em cima d'água,
diz lá se pode ser?
O que será?
Unidas em grande número
trabalhamos com ardor.
Para tanto percorremos
todos os prados em redor;
quando temos a casa cheia
vêm-nos roubar o melhor.
Quem são?
Viajamos sempre juntos,
carregar é a nossa missão
a carga que eu transporto
iguala a do meu irmão.
Que será?
Eu corro, não tenhos pernas;
assobio, não tenho boca;
nunca ninguém me viu
e tenho bastante força.
O que é?
Só a faz que já a tem,
pois quem não a tem, não a faz;
se a tem pode não a fazer,
se a fizer já não a traz.
O que é?
Desta vida ando cheio,
pois tenho o corpo enrolado,
a cabeça partida ao meio
e ando sempre apertado.
O que é?
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Os sapatos na chaminé
Quando, na noite de 24 de Dezembro de 286, os irmãos Crispim e Crispiniano fugiam às perseguições, em Crepy-Valois, fartaram-se de bater às portas das casa, mas ninguém lhes deu abrigo.
Acolheu-os, numa cabana escondida num bosque, quase a desmoronar-se, uma viúva que vivia miseravelmente com o filho. Deu-lhes uma tigela de caldo de couves e dois nacos de pão negro.
Contentes, os dois irmãos, que eram soqueiros, pediram a Deus que recompensasse a generosidade da viúva.
Crispim viu a um canto um par de socos velhos, do rapazinho, fez um par deles novos e colocou-os à beira da pedra da lareira, enquanto a viúva e o filho dormiam. Quando eles acordaram repararam que os dois hóspedes tinham desaparecido e na lareira estava um par de socos novos, transbordante de moedas de ouro.
Desde o séc. III, segundo a lenda, todas as crianças põem os socos na lareira, na esperança de que se repita o milagre feito por intermédio dos santos padroeiros dos sapateiros São Crispim e S. Crispiniano.
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João e o pé de feijão
Era uma vez um rapaz chamado João. Ele vivia com a sua mãe numa casa muito modesta. A mãe estava desempregada e só tinha uma pequena horta onde cultivava todo o tipo de legumes. Às vezes, eles passavam fome mas escondiam essa situação dos vizinhos e dos familiares.
Com muito sacrifício, a mãe comprara uma vaca mas já não conseguia sustentá-la convenientemente e decidiu vendê-la. O rapaz ficou com muita pena, pois gostava muito dela e tratava-a muito bem: dava-lhe de comer e beber e mimava-a. Na escola, a professora ensinara-o a respeitar os animais.
Um dia, a mãe pediu-lhe para levar a vaca até à feira e vendê-la pelo melhor preço. Pelo caminho, encontrou um homem que lhe fez uma proposta tentadora: trocar a vaca por um punhado de feijões que disse serem mágicos. João não hesitou, pois pareceu-lhe ser uma troca justa.
Contrariamente ao que o João previra, a mãe achou que ele tinha feito um negócio ruinoso e, num gesto de cólera, atirou os feijões pela janela. João nem esboçou sequer um protesto. Ficou muito arrependido e foi-se deitar, muito triste, pois contribuíra involuntariamente para aumentar as dificuldades da mãe.
Na manhã seguinte, João acordou sobressaltado. Pareceu-lhe ouvir um ruído lá fora. Levantou-se, espreitou pela janela da cabana e ficou estupefacto: um enorme feijoeiro crescera junto à janela. João correu para o exterior.
As crianças são curiosas… e João não era excepção. Sem hesitar, começou a trepar, ou melhor, a escalar aquela planta gigantesca, altíssima, que crescera,sem dúvida, de um feijão mágico. O rapaz recuperou a boa disposição habitual.
Corajosamente, trepou, trepou, trepou, até passar acima das nuvens. Quase tocava no céu. Quase sem fôlego, o rapaz continuou a sua escalada. Parecia nunca mais ter fim.
Até que, finalmente, chegou ao cimo do feijoeiro. Com enorme surpresa, como se fosse um sonho, João viu um castelo maravilhoso, tal como os castelos encantados, com as suas torres pontiagudas a perfurarem o céu.
O João seguiu por um caminho à beira de precipícios. A porta estava aberta e reinava o silêncio. Cheio de curiosidade, mas um pouco receoso, entrou no castelo.
Quando chegou ao salão, reparou num armário cheio de ovos de ouro. Em cima da mesa, estava uma galinha e uma harpa estranha e brilhante, que também atraíram a atenção do João.
Subitamente, ouviu o som de passos assustadores que faziam estremecer o chão e uma voz cavernosa ecoou pelo castelo.
Subitamente, ouviu o som de passos assustadores que faziam estremecer o chão e uma voz cavernosa ecoou pelo castelo.
“Toca”, gritou novamente o gigante, dirigindo-se à harpa. Ela tocou a mais bela melodia que alguma vez João ouvira. Ficou tão maravilhado que pensou: “Quem me dera dar aquela harpa à minha mãe!”
Entretanto, o gigante adormeceu, ao som daquela melodia.
João saltou do armário, trepou pela perna da mesa e agarrou
rapidamente a galinha e a harpa. Depois, correu o mais depressa possível para fora do castelo.
“Socorro”, gritou a harpa, ao sentir-se agarrada, tentando acordar o gigante. As pernas do João responderam com uma correria desenfreada a caminho do feijoeiro salvador.
O gigante acordou sobressaltado, ainda a tempo de ver o rapaz a fugir do castelo. “Vou-te apanhar! Fi, Fi, Fó, Fum! Mau como eu não há nenhum!”, gritava ele. Apressadamente, João começou a descer o feijoeiro.
O gigante vinha mesmo atrás dele.
”Vou-te apanhar! Fi, Fi, Fó, Fum! Mau como eu não há nenhum!”, continuava o gigante, agarrando-se ao feijoeiro.
Quando terminou a descida, João gritou “Mãe, corta o feijoeiro! DEPRESSA!”
Rapidamente, a mãe foi buscar um machado e cortou, cortou, cortou tanto o feijoeiro, que ele tombou com um estrondo enorme. O mesmo destino teve o horrível homenzarrão.
A partir daquele dia, O João e a mãe puderam levar uma vida feliz, sem pobreza.
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Lenda da Árvore de Natal
Quando o Menino Jesus nasceu, todas as pessoas e animais e até as árvores sentiram uma imensa alegria.
Do lado de fora do estábulo onde o Menino dormia, estavam três árvores: uma palmeira, uma oliveira,e um pequeno pinheirinho.
Todos os dias as pessoas passavam e deixavam presentes ao Menino.
- Nós também Lhe deviamos dar prendas! - disseram as árvores.
- Eu vou dar-lhe a minha folha mais larga - disse a palmeira - quando vier o tempo do calor ele pode abanar-se com ela e sentir-se mais fresco.
Então disse a oliveira :
- E eu vou dar-lhe óleo.Perfumados óleos poderão ser feitos a partir do meu sangue.
- Mas que lhe poderei dar eu?
- Perguntou ansioso o pequeno pinheiro.
- Tu? Os teus ramos são agudos e picam - disseram as outras duas árvores.
-Tu não tens nada para lhe dar.
O pequeno pinheiro estava triste. Pensou muito,muito,em qualquer coisa que pudesse oferecer ao Menino que dormia, qualquer coisa de que o Menino pudesse gostar. Mas não tinha nada para lhe dar.
Então um anjo, que tinha ouvido a conversa toda, sentiu pena da arvorezinha que não tinha nada para dar ao Menino.
As estrelas estavam a brilhar no céu. Então o anjo, muito de mansinho, trouxe-as uma a uma cá para baixo, desde a mais pequeina à mais brilhante e colocou-as nos ramos pontiabgudos do pinheiro. Dentro do estábulo, o Menino acordou. E olhou para as três árvores do lago de lá da gruta , contra a escuridão do céu.De repente as folhas escuras do pinheiro brilharam, resplandecentes, porque nelas as estrelas descansavam como se fossem elas.
Que lindo estava o pequeno pinheiro, que não tinha nada a oferecer ao Menino...
E o Menino Jesus levantou as mãozinhas, tal como fazem os bebés, e sorriu para as estrelas e para aquela árvore que lhe iluminara a escuridão da noite.
E desde então o pinheiro ficou a ser, para todo o sempre, a Árvore de Natal.
(História tradicional inglesa)
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O Espírito do Natal
Estava o Senhor Teotónio, que era rico, muito gordo e grande fumador de charutos, a carregar o carro com os presentes que passara a manhã a comprar para os filhos, para os sobrinhos e para as muitas pessoas com quem fazia negócios, quando se aproximou dele um homem pobre, idoso e magro, que prontamente obteve dele esta resposta:
— Comigo não perca tempo porque não tenho dinheiro trocado, nem alimento falsos mendigos.
— Mas eu não lhe pedi nada — respondeu o homem idoso serenamente, com um sorriso que desarmou o Senhor Teotónio e a sua bazófia de novo-rico.
— Então se não me quer pedir nada, por que motivo está tão perto de mim enquanto eu carrego o meu carro? — perguntou o Senhor Teotónio entre duas baforadas de charuto que fizeram o homem idoso e magro tossir convulsivamente.
— Estou aqui, meu caro senhor — respondeu ele, já refeito da tosse — para tentar perceber o que as pessoas dão umas às outras no Natal.
— Com que então — concluiu ironicamente o Senhor Teotónio, grande construtor civil com interesses de norte a sul do País — temos aqui um observador! Deve ser, certamente, de uma dessas organizações internacionais que nós pagamos com o nosso dinheiro e que não sabemos bem para que servem.
— Está muito enganado. Mas já agora responda à minha pergunta: o que é que as pessoas dão umas às outras no Natal? — insistiu o homem pobre, idoso e magro.
— Bem, se quer mesmo saber, eu digo-lhe. Quem tem posses como eu pode comprar uma loja inteira, deixando toda a gente feliz, a começar nos comerciantes e a acabar nas pessoas que vão receber os presentes. Quem é pobre como você fica a assistir. Percebeu a diferença?
O homem magro e idoso reflectiu uns instantes sobre a resposta seca e sarcástica do Senhor Teotónio e depois respondeu-lhe com uma nova pergunta:
— Então e o espírito do Natal?
— O que vem a ser isso do espírito do Natal? — quis saber, cheio de curiosidade, o Senhor Teotónio.
— O espírito do Natal — respondeu o homem idoso e magro — é aquilo que nos vai na alma nesta altura do ano e que está muito para além dos presentes que damos. Para muitas pessoas, o melhor presente pode ser um telefonema, uma carícia ou um telefonema quando se está só.
O homem magro e idoso afastou-se do carro, mostrando que não queria esmolas nem qualquer outra coisa que lhe pudesse ser dada pelo Senhor Teotónio, e encaminhou-se para um grupo de crianças que o esperavam.
Quando o Senhor Teotónio passou por eles no carro, ouviu uma voz de criança a dizer:
— Vamos, Espírito do Natal, porque hoje ainda temos muito que fazer.
Dizendo isto, o grupo ergueu-se no ar a esvoaçar com destino incerto, largando um pó luminoso enquanto ganhava altura no céu cinzento de Dezembro.
José Jorge Letria
A Árvore das Histórias de Natal
Porto, Ambar, 2006
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It's beginning to look...
It's beginning to look a lot like Christmas Ev'rywhere you go;
It's beginning to look a lot like Christmas Toys in ev'ry store
A pair of hopalong boots and a pistol that shoots Is the wish of Barney and Ben
It's beginning to look a lot like Christmas Ev'rywhere you go
It's beginning to look a lot like Christmas Soon the bells will start
| Começa a crescer um ambiente natalício Onde quer que vá Olhe mais uma vez Os cinco ou dez efeites brilhantes Com bengalas de doces e fitas de prata reluzentes
Começa a crescer um ambiente natalício Brinquedos em todas as loja Mas o mais bonito simbolo que vemos É a coroa de azevinho, que será Pendurado na sua porta da entrada
Um par botas de de saltos altos e uma pistola que dispara É o desejo de Barney e do Ben Bonecas que falam e gostam de passear É a esperança de Janice e Jen E o papá e a mamã aguardam ansiosamente Pelo recomeço da aulas
Começa a crescer um ambiente natalício Onde quer que vá Há uma árvore no grande hotel Outra igual no parque Robustas e resitentes à neve
Começa a crescer um ambiente natalício Brevemente os sinos começam a tocar E o que os fará tocar É o cântico natalício que você irá cantar Com a voz do seu coração |
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A magia do Natal
Algo está a acontecer... Não sinto a magia no meu coração... O encanto desvanece-se... Não existe aquele cheiro, aquela emoção... O Natal já não parece igual... A nossa infância... O tempo dos sonhos e das esperanças ...Os nossos sonhos... o tempo em que sonhávamos com aquilo que gostaríamos de ter ... esperávamos ansiosamente pelo dia em que poderíamos receber aquela prenda mágica... e a nossa alegria a desembrulhar o presente... O prazer com que o recebíamos e como o estimávamos... pois,... tão cedo não iríamos receber outro...
Prendas Especiais...
Só no Natal...
Era sempre uma surpresa... Fazíamos uma lista, deixávamos no ar umas sugestões... mas nunca sabíamos se de facto iríamos mesmo receber o que desejávamos... Acabávamos sempre por ser surpreendidos.
Hoje escolhe-se, para não errar no modelo, para não errar na cor e... na hora de abrir o presente, já se sabe o que se vai encontrar...
Hoje, as crianças valorizam a quantidade (muitos embrulho e é que é fixe)...e no final é mais um montão de brinquedos para juntar no baú, que já está a abarrotar de outros brinquedos que vão ganhando ao longo do ano... porque pediu e o pai comprou, porque pediu e o avô deu, porque está de férias, porque fez uma boa prova escolar... e depois não há pachorra para brincar, e depois já passou a idade... e depois vamos ao baú e descobrimos que existem brinquedos que nem chegaram a ser abertos...
Depois fica a noção errada que têm muito e que podem ainda ter mais, tudo parece fácil e começa a não existir limites nos seus pedidos e nas suas exigências...
Lembro-me quando esperávamos pelo Natal para pedirmos aquela roupa, de marca que tanto queríamos... Para as nossa crianças roupa não é prenda, é obrigação e, ainda assim, exigem escolher a roupa que vestem, não serve qualquer uma...
Enfim... É mesmo necessário alterar consciências...
Eu quero continuar a acreditar...
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As três lebres
Havia noutros tempos um rei que tinha uma filha, que dizia que só se casaria com um homem que conseguisse inventar uma adivinha que ela não conseguisse adivinhar. Durante muito tempo muitos pretendentes tentaram criar uma advinha que a princesa não adivinhasse, mas nenhum conseguiu até que um aldeão muito esperto decidiu partir para o palácio, sem saber ainda o que havia de perguntar à princesa.
Montou a cavalo, sem mais bagagem do que o seu livro de orações e sem farnel de qualidade alguma.
Durante o caminho teve fome e sede, mas não havia ali em tal descampado nem comer nem água, então o aldeão encontrou um coelho morto no chão e assou-o com a bíblia que levava e comeu-o. A sede era, porém, cada vez maior; ele fez o cavalo ir rapidamente e com um chapéu bebeu o suor que escorria do animal.
Chegado ao castelo, viu muitos fidalgos que perguntavam adivinhações à princesa e ela tudo adivinhava. Então ele, depois de terem falado, levantou-se e disse:
"Comi carne sem ser caçada
Em palavras de Deus assada
Bebi água que não foi do céu caída,
Nem também na terra nascida.
Adivinhai agora, princesa, se de tanto sois capaz."
A princesa pediu três dias ao aldeão para tentar adivinhar, reconhecendo que esta tinha sido a advinha mais difícil que tinha ouvido. Ficou o aldeão no palácio à espera que a princesa adivinhasse; mas logo no primeiro dia foi ter com ele uma aia da princesa que lhe disse:
- Explicai-me o que hoje perguntastes à princesa e far-vos-ei tudo o que me pedirdes.
Respondeu o aldeão:
- Explicar-vos-ei tudo daqui a três dias, se me deixardes ficar esta noite no vosso quarto.
Disse logo a aia que sim e fez-lhe uma cama no chão do seu quarto, quando apanhou a aia a dormir tirou-lhe uma saia e guardou. No outro dia fez o mesmo com outra aia da princesa, e no terceiro dia fez o mesmo com a princesa, que não sabendo o que tinha acontecido às aias, deixou que ele pernoitasse no seu quarto com a condição de ele contar a adivinha, e roubou-lhe o seu chambre de dormir, que era de finas rendas. No quarto dia, logo pela manhã, foi o aldeão explicar a adivinhação às aias e à princesa .
Quando chegou a hora de a corte reunir para ouvir a resposta da princesa, esta respondeu:
- A carne sem ser caçada, em palavras de Deus assada, era um coelho que encontraste morto no caminho e que assaste no teu livro de orações. A água sem ser da terra nascida, nem do céu caída , era o suor do teu cavalo.
- É verdade – respondeu o aldeão.
Então o rei ordenou ao aldeão que fosse para a sua terra pois nada tinha esperar. Mas ele disso logo:
- Já que a princesa é tão inteligente, peço-lhe que adivinhe agora esta:
"Quando neste palácio entrei
Três lebres encontrei,
Todas elas esfolei;
E as peles delas mostrarei."
Quando ia para mostrar as saias das aias e o chambre a princesa esta levantou-se logo e disse:
- Basta, basta, serás meu esposo, pois és o homem mais esperto que aqui tem vindo.
Adolfo Coelho