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Poesias e Lengalengas

Quarta-feira, 27.05.09


Recados Para Orkut

O Castelo de Chuchurumel

 

Aqui está a chave

Que abre a porta

Do castelo

De Chuchurumel.

 

Aqui está o cordel

Que prende a chave

Que abre a porta

Do castelo

De Chuchurumel.

 

Aqui está o sebo

Que unta o cordel

Que prende a chave

Que abre a porta

Do castelo

De Chuchurumel.

 

Aqui está o rato

Que roeu o sebo

Que unta o cordel

Que prende a chave

Que abre a porta

Do castelo

De Chuchurumel.

 

Aqui está o gato

Que comeu o rato

Que roeu o sebo

Que unta o cordel

Que prende a chave

Que abre a porta

Do castelo

De Chuchurumel.

 

Aqui está o cão

Que mordeu o gato

Que comeu o rato

Que roeu o sebo

Que unta o cordel

Que prende a chave

Que abre a porta

Do castelo

De Chuchurumel.

 

Aqui está o pau

Que bateu no cão

Que mordeu o gato

Que comeu o rato

Que roeu o sebo

Que unta o cordel

Que prende a chave

Que abre a porta

Do castelo

De Chuchurumel.

 

Aqui está o lume

Que queimou o pau

Que bateu no cão

Que mordeu o gato

Que comeu o rato

Que roeu o sebo

Que unta o cordel

Que prende a chave

Que abre a porta

Do castelo

De Chuchurumel.

 

Aqui está a água

Que apagou o lume

Que queimou o pau

Que bateu no cão

Que mordeu o gato

Que comeu o rato

Que roeu o sebo

Que unta o cordel

Que prende a chave

Que abre a porta

Do castelo

De Chuchurumel.

 

Aqui está o boi

Que bebeu a água

Que apagou o lume

Que queimou o pau

Que bateu no cão

Que mordeu o gato

Que comeu o rato

Que roeu o sebo

Que unta o cordel

Que prende a chave

Que abre a porta

Do castelo

De Chuchurumel.

 

Aqui está o carniceiro

Que matou o boi

Que bebeu a água

Que apagou o lume

Que queimou o pau

Que bateu no cão

Que mordeu o gato

Que comeu o rato

Que roeu o sebo

Que unta o cordel

Que prende a chave

Que abre a porta

Do castelo

De Chuchurumel.

 

Aqui está a morte

Que levou o carniceiro

E que entrega a chave

Que abre a porta

Do castelo

De Chuchurumel.



Luisa Ducla Soares

(Recolha e Selecção de)

Lenga-lengas

Livros Horizonte


 

 

O Gonçalo

 

Olha, lá vai o Gonçalo, além

A caminho da escola

Vamos depressa apanhá-lo

Vamos com ele também

 

Tem sido meu companheiro

Da primeira à quarta classe

Pontual como o primeiro

Nunca vi que ele faltasse

 

É bondoso e aplicado,

Cortês e respeitador

Por isso é tão estimado

Pelo nosso Professor

 

 

As meninas

 

 

Arabela

abria a janela.

Carolina
erguia a cortina.


E Maria
olhava e sorria:
"Bom dia!"

Arabela
foi sempre a mais bela.

Carolina,
a mais sábia menina.

E Maria
apenas sorria:
"Bom dia!"

 

Pensaremos em cada menina

que vivia naquela janela;

uma que se chamava Arabela,

outra que se chamou Carolina.

 

 

Mas a nossa profunda saudade

é Maria, Maria, Maria,

que dizia com voz de amizade:

"Bom dia!"

 

Cecília Meireles

 

 

(Ou Isto ou Aquilo)

Editora Nova Fronteira

 

 

O homem que não queria comer couves

 

Era uma vez um homem

Que não gostava de couves

E estava sempre a dizer:

- Couves não hei-de  comer !

- Couves não hei-de comer !

 

Mandaram chamar o pau

Para vir bater no homem

O pau não quis bater no homem

E o homem não quis comer as couves

E estava sempre a dizer:

- Couves não hei-de  comer !

- Couves não hei-de comer !

 

Mandaram chamar o lume

Para vir queimar o pau

O lume não quis queimar o pau

E o pau não quis bater no homem

E o homem não quis comer as couves

E estava sempre a dizer:

- Couves não hei-de  comer !

- Couves não hei-de comer !

 

Mandaram chamar a água

Para vir apagar o fogo

A água não quis apagar o fogo

E o fogo não quis queimar o pau

E o pau não quis bater no homem

E o homem não quis comer as couves

E estava sempre a dizer:

- Couves não hei-de  comer !

- Couves não hei-de comer !

 

Mandaram chamar o boi

Para vir beber a água

O boi não quis beber a água

E a água não quis apagar o fogo

E o fogo não quis queimar o pau

E o pau não quis bater no homem

E o homem não quis comer as couves

E estava sempre a dizer:

- Couves não hei-de  comer !

- Couves não hei-de comer !

 

Mandaram chamar a morte

Para vir levar o boi

A morte quis levar o boi

O boi já quis beber a água

A água já quis apagar o fogo

O fogo já quis queimar o pau

O pau já quis bater no homem

O homem já quis comer as couves:

“eu ouvi sempre dizer

-como é bom couves comer !”

 

Alice Vieira

(Eu bem vi nascer o Sol)

Antologia da poesia popular portuguesa

Caminho

 

 

 

 

 

Lá vai o Manelzinho
a cavalo num burrinho


o burrinho é fraco
a cavalo num macaco


o macaco é valente

a cavalo numa trempe

 

 

a trempe é de ferro

a cavalo num martelo

 

 

o martelo bate sola
a cavalo numa bola


a bola é redonda
a cavalo numa pomba


a pomba é branca
a cavalo numa tranca

 

 

a tranca partiu-se
e o Manelzinho caiu.

 

Tradicional

 

 

As vozes dos animais

 

Palram pega e papagaio

E cacareja a galinha;

Os ternos pombos arrulham;

Geme a rola inocentinha.

 

Muge a vaca; berra o touro;

Grasna a rã; ruge o leão;

O gato mia; uiva o lobo,

Também uiva e ladra o cão.

 

 

 

Relincha o nobre cavalo;

Os elefantes dão urros;

A tímida ovelha bale;

Zurrar é próprio dos burros.

 

 

 

Regouga a sagaz raposa

(bichinho muito matreiro);

Nos ramos cantam as aves;

Mas pia o mocho agoureiro.

 

 


Sabem as aves ligeiras

O canto seu variar;

Fazem às vezes gorgeios,

Às vezes põem-se a chilrar.

 

O pardal, daninho aos campos,

Não aprendeu a cantar;

Como os ratos e as doninhas

Apenas sabe chiar.

 

 

 

O negro corvo crocita;

Zune o mosquito enfadonho;

A serpente no deserto

Solta assobio medonho.

 

 

 

Chia a lebre; grasna o pato;

Ouvem-se os porcos grunhir;

Libando o suco das flores,

Costuma a abelha zumbir.

 

 

 

Bramam os tigres, as onças;

Pia, pia o pintainho;

Cucurica e canta o galo;

Late e gane o cachorrinho.

 

A vitelinha dá berros:

O cordeirinho, balidos;

O macaquinho dá guinchos;

A criancinha vagidos.

 

A fala foi dada ao Homem,

Rei dos outros animais,

Nos versos lidos acima

Se encontram em pobre rima,

As vozes dos principais.

Pedro Diniz

 

 

 

 

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publicado por VANDOVSKY às 00:09





      

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